Naira Rosana
Descendente do quilombo Morro de São João, no Tocantins, filha de uma professora de Geografia e Artes e de um técnico em edificações e inventor, Naira Rosana Dias da Silva é também professora, artista e inventora. Principalmente na arte de inventar seu lugar no mundo.
Professora de Artes, o risco e a vontade de romper se tornaram seu próprio fazer artístico e intelectual quando iniciou a pesquisa de sua tese no Programa de Pós-Graduação em Arte e Cultura Visual da Universidade Federal de Goiá, onde era única doutoranda negra de sua turma: a busca por dar visibilidade às realizadoras de cinema do estado.
O documento, "Mulheres que dirigem filmes em Goiás e a criação de um documentário sobre ser mulher fazendo filme: 1966 a 2022", de mais de 700 páginas, foi defendido em 2023 e é um extenso e necessário resgate e registro de artistas que foram e são invisibilizadas em uma área, infelizmente, ainda machista e em sua maioria branca. A pesquisa fez dela a primeira autora mulher negra a escrever um doutorado sobre o protagonismo de mulheres na direção de filmes em Goiás. Mas para além do registro acadêmico, Naira desdobrou sua pesquisa de maneira metalinguística na produção de um filme, onde as vozes das cineastas poderiam ser literalmente ouvidas e sua visibilidade dominasse a tela do cinema – mesmo que para isso tenha precisado vender seu carro para comprar os equipamentos para a realização do documentário Mulheres que Dirigem Filmes em Goiás.
Doutora em Arte e Cultura Visual e mestra em Cultura Visual, bacharela em Artes Visuais com habilitação em Design Gráfico pela Faculdade de Artes Visuais (FAV), Universidade Federal de Goiás (UFG), Naira é pesquisadora da área de Cinema com foco na produção realizada por mulheres e na representação da mulher. É associada da Socine (Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual). Estudou na Academia Internacional de Cinema (AIC) na cidade de São Paulo, finalizando com a produção de um curta-metragem. É professora efetiva do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG), onde coordenou a Licenciatura em Artes Visuais (2015) e o Curso de Ensino Médio Técnico em Artesanato na modalidade de Jovens e Adultos (2017). Atua ministrando aulas para a Licenciatura, Ensino Médio e EJA. Possui experiência com a produção de eventos: festival de artes e exposições. No IFG, é integrante do NEABÍ Nuances: Núcleo de Estudos Afrobrasileiro, Indígena, de Gêneros e Sexualidades. Ainda no IFG fez parte da Comissão Organizadora do Festival de Artes de Goiás, tendo sido a coordenadora local na Cidade de Goiás deste evento em 2015.
Foi supervisora dos cursos Mulheres Mil/ Pronatec (2014) e gestora do Programa Mulheres Mil, parceria com o governo canadense/ MEC, antes deste programa passar a integrar o Pronatec (2013) e foi professora no Mulheres Mil em 2012. Atuou como coordenadora-adjunta do curso Linguagem Audiovisual na Escola, vinculado ao Projeto FORMA, parceria do IFG com o MEC (2012) e foi professora deste projeto em 2011. Foi professora na Universidade Estadual de Goiás (UEG), no Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda tendo, dentre os componentes curriculares, ministrado: Fotografia de Moda, onde também coordenou os projetos de extensão: Fotografia de Moda e Fotoclube Super Olho. Foi professora adjunta no Curso Superior Tecnológico de Design Gráfico da UniEvangélica, tendo ministrado as disciplinas: Desenho e Ilustração; Design Editorial, sendo que, recebeu o convite da direção para ser coordenadora dos cursos da área de Design. O projeto de finalização do filme que tema e motivador de seu doutorado, o documentário “Mulheres que Dirigem Filmes em Goiás, foi contemplado com a Lei Paulo Gustavo (estado de Goiás).